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03 janeiro 2014

Leo dando conselhos





Êá galera! Isa me pediu para contar como foi minhas festas de fim de ano, mas como eu não tive tempo. Na verdade, estava ainda esse tempo todo de castigo, por conta da recuperação e tal. Ai a coroa só me liberou para uma festa reunião de arrependimento ontem. Como a Júlia ia também, ela achou que tudo bem. Aliás é sobre essa minha amiga que eu descrevi nesse texto, uma conversa que tive com ela pelo celular.

- Leo, é sério. Fica quieto e presta atenção.
- Tá. Manda.
- Lembra que ontem você ficou na festa e eu sai mais cedo? Então, eu estava com o Bruno, ah, e ante de você falar qualquer coisa, só ouvi.
Ainda bem que ela me conhece, pois eu ia ficar puto nesse exato momento.
- Ele me arrastou para o jardim, me olhou nos olhos, sabe? E me pediu desculpas, disse que ele fez tudo errado, mas que queria começar de novo, porque merecemos uma segunda chance por todos os momentos bons que passamos. Ai eu não quis entregar os pontos, tentei voltar para sala. Ele me segurou com mais força, sem machucar e continuou falando que não consegui a viver sem mim, que eu sou como uma mão. Se ele estivesse nascido sem a mão, seria difícil, mas ele iria se acostumar a viver sem ela. Porém ele já havia experimentado viver com a mão, e perde – la assim, tão abruptamente era ainda mais complicado, ele estava tendo que se acostumar a fazer os pequenos movimentos, as coisas mais banais sem ela, e doía muito, porque era mais do que uma necessidade física, havia uma ligação com a mão, já que essa fazia parte dele. No final ele disse que agradecia a Deus que ele ainda tinha a mão dele de fato, e mais ainda por poder estar segurando a minha. Ai ele perguntou se a “mão/eu” ele ainda tinha. Daí você já deve ter uma noção do que aconteceu.
- Júlia. Fala Sério!
- Ah, Leo. Você queria que eu tivesse feito o quê? Ele pareceu tão sincero.
- Você quer mesmo que eu te lembre por quantas merdas esse Bruno te fez passar?
- Não precisa porque ele mudou. Mudou por mim.
- E você acredita mesmo nisso?
- É claro. Ele estava falando a verdade.
- só quero que fique claro uma coisa: eu te avisei. E avisei muito. Você é linda, inteligente, gente boa. Poderia conseguir qualquer outro. Porque vocês garotas sempre preferem os errados?
- Você não me quis.
- Júlia, a gente é amigo, pow. Nada a ver. A gente se conhece a sei lá, desde a maternidade. Não teria nem clima.
- Você sabe que teria...
- A questão não é essa. Você voltou pra ele. Por quê?
- Porque eu gosto dele poxa! É tão difícil de entender?
- É difícil sim. É difícil ver o quanto você não se valoriza.
- Ele me valoriza.
- (risos) anhãm, tá bom. Você está feliz?
- Não sei. E para de rir de mim.
- Eu sempre vou rir de você, sua boba. Não sabe? Ai deu ruim, viu?
- A felicidade não é instantânea, Leo. Vem com o tempo.
- oh, pensei que você o amava, deveria estar dando pulos de alegria por estar com ele de novo.
- E estou, só não preciso mostrar.
- Silêncio –
- Fala alguma coisa, Leo.
- Silêncio –
- Olha, eu não sei se estou feliz porque estou com medo. Mas ele mudou, não vai me fazer sofrer de novo. Não se preocupe.
- Vou tentar.
- Por que demorou tanto tempo para responder?
- Porque eu estava te dando tempo para você se responder.

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