Blá Blá Blá: Semana Saga "O morro dos ventos uivantes"

~ Hey a todos meus leitores, mas em especial as leitoras, mulheres guerreiras e maravilhosas ~

BEM, A SEMANA SAGA DESSE MÊS SERÁ DEDICADA AS MULHERES! NÃO MULHERES PERSONAGENS, FICTÍCIAS, MAS AQUELAS QUE NOS ENCANTAM E APAIXONAM ATRAVÉS DAS PALAVRAS E TODA A SINFONIA HARMONIOSA QUE COM DESTREZA CONSEGUEM CONDUZIR DURANTE TODO O ENREDO DA HISTÓRIA. MULHERES ESCRITORAS. QUE TOCAM NOSSA ALMA COM LETRAS E QUE TRANSPARECEM EM CADA LINHA TODA A SENSIBILIDADE, SENSATEZ, DELICADEZA, ELEGÂNCIA E EMOÇÃO QUE SÓ ELA, SÓ A MULHER TEM. DITO ISSO, VAMOS A 4ª ESCRITORA E SUA OBRA:

"O Morro dos Ventos Uivantes é sem dúvida a mais bela e a mais profundamente violenta história de amor"

(Georges Bataille)

Coração na mão, silêncio. Roer desesperado de unhas, silêncio. Lágrimas na corda bamba do contorno ocular, silêncio. Capa fechada, suspiro profundo. Turbilhão de vozes internas, gritos abafados e sussurros gritantes. Efeito Emily Brontë. Efeito "O morro dos ventos uivantes."

Como fica muito explícito na capa, atualizada aliás por esse motivo, as vendas desse clássico épico nunca foram tão turbinadas quanto depois de uma simples frase dita por Bella no 3º livro da Saga Crepúsculo - Eclipse "esse é meu livro favorito." Não nego que minha primeira reação foi coloca - lo na lista de desejados, assim como 'Orgulho e Preconceito' e 'Razão e Sensibilidade' também mencionados por Bella nesse livro. Julgue - me quem puder, ou quiser.

Acredito que todo um contexto pode influenciar nossa opinião sobre determinado aspecto, não sendo diferente em quesitos literários. Ex. Se um determinado escritor tem uma história de vida interessante, ou certa obra por ele escrita teve cunho comunitário, ou mesmo crítico, eu analiso com um olhar mais clínico e condescendente. Esses detalhes me envolvem. No caso dessa obra específica, o teor histórico em que a autora se encontra e aborda é de uma ousadia e genialidade ao mesmo tempo que me deixa perplexa. Emily não seria atualmente uma caricatura de escritora "vida loka" tão proferida; não, isso seria muito pejorativo a sua figura, mas sou a favor da comparação com o senso crítico de Gregório de Matos, mais sútil e requintado, é claro, e ainda sim verdadeiro, sincero.

É preciso de muita coragem para em pleno ano de 1847 publicar uma obra tão polemica para os padrões. Atribuindo divisão de classes, discriminação, traição, amor carnal entre irmãos de criação, além de extremas falhas de caráter, condenadas até hoje, mesmo com toda a abertura de opinião que desenvolvemos.

Um romance que trata de tragédias e desencontros. Na minha concepção, um dos retratos mais perto da perfeição do que vem a ser 'a vida como ela é'. Costumo sempre afirmar que não existem finais felizes, o final é a morte (ou não) e ao menos em nossa cultura, a morte não é feliz. Sendo assim, devemos ser realistas e encarar os fatos como se apresentam, não como gostaríamos que eles fossem. E nesse livro é isso que acontece. Entre o casal apaixonado surge um abismo e ainda vários obstáculos encrustados. Há o momento de tempestade, de bonança, de juras, de quebra de promessas, de redenção, de vingança, de reconciliação e de morte. Uma verdadeira teia de idas e vindas que tornam a história tensa do início ao fim.

Amo esse livro, passei a admirar a escritora, e recomendo ambos. Em especial aos cansados de corações e flores, e sedentos de desenrolar surpreendente e totalmente bem escrito.