Blá Blá Blá: Semana Saga "Extraordinário"

~ Hey a todos meus leitores, mas em especial as leitoras, mulheres guerreiras e maravilhosas ~

Bem, a Semana Saga desse mês será dedicada as Mulheres! Não mulheres personagens, fictícias, mas aquelas que nos encantam e apaixonam através das palavras e toda a sinfonia harmoniosa que com destreza conseguem conduzir durante todo o enredo da história. Mulheres escritoras. Que tocam nossa alma com letras e que transparecem em cada linha toda a sensibilidade, sensatez, delicadeza, elegância e emoção que só ela, só a mulher tem. Dito isso, vamos a 1ª escritora e sua obra:

"Esse preceito significa que deveríamos ser lembrados pelas coisas que fazemos. Elas importam mais do que tudo. Mais do que aquilo que dizemos ou do que nossa aparência. As coisas que fazemos sobrevivem a nós. São como os monumentos que as pessoas erguem em honra dos heróis depois que eles morrem."

( E se... ) Esse livro em si é Extraordinário! Já virou clichês essa frase entre os que já leram, mas é a mais pura verdade. Assim que fechei o livro, não veio a mente outra palavra para descrevê - lo se não essa. Mais tarde, pensando a respeito do tema divinamente abordado pela nossa homenageada do dia, R.J. Palacio, me ocorreu a expressão "E se...", vivemos num mundo pequenininho, onde carregamos nossos próprios eixos, sonhos e desilusões, nossa realidade é também nossa verdade. E enquanto ao mundo do lado? E enquanto aos eixos dele? Tantas vezes ele nos passa despercebido, menosprezado, afinal tenho que alinhar - me, tenho que manter - me e evoluir. E o outro? Também! Vamos ampliar os horizontes e perceber que vivemos em um plano ainda maior e mais complexo, onde somos obrigados e conviver com seres "diferentes", "iguais", "homogêneos" ou "camuflados". Cada qual com suas opiniões, preferências e deformações. Deformações sim! Ora, perfeição não nos cabe, somos humanos afinal de contas. E se minhas deformações fossem aparentes, no rosto, por exemplo, ou na boca e interferisse em meu sorriso "cartão de visitas", e se as pessoas se assustassem de verdade ao olharem para mim, e se poucas pessoas se arriscassem em ser meu amigo, enquanto as outras me evitam, pois supostamente eu tenho uma espécie de "praga mortal"!? Nenhum drama desse me pertence, nenhum dilema anteriormente citado me cabe, mas a quantas pessoas ao meu redor se aplica? Só porque não me afeta diretamente, não quer dizer que não existam, que não assombrem tantas pessoas. É que dentro do mundo mesquinho, pequeno e vazio de algumas pessoas, questões como essas são intransponíveis.

A escritora aborda super bem esses "E se..." e nos coloca para refletir sobre nossas atitudes na extensão 'eu comigo', 'eu com o outro', e 'eu em sociedade'. Tudo isso aprendemos e vemos pela vida do apaixonante August que é o protagonista da história. Inteligente, bem humorado, sábio, inseguro, feliz, deformado, excluído, rejeitado, filho, amigo, irmão, e por mim muito, muito, muito admirado! Por tudo isso e muito mais consiste a personalidade desse menino complexo e tão simples ao mesmo tempo.

O livro é lindo. Não é o tipo de lindo que costumam empregar ao romance, não do tipo de lindo "chorei, chorei" - embora eu tenha chorado bastante! rsrs -, mas do tipo "Li, absorvi, aprendi, mudou minha vida, quero ser uma pessoa melhor." Algumas pessoas encontram outras que a façam querer ser melhores, eu encontro livros. Livros como esse que jogam em minha cara o quão falha eu sou, o quanto reclamo de tudo, quando deveria agradecer e o tanto que eu ainda tenho que aprender.

Não é uma obra restrita ao público infantil, recomendo a todas as idades, a todos os gostos. Virou como um "O Pequeno Príncipe" para mim. Leiam 1, 2,3 vezes se for preciso e mudem, o que é ainda mais importante.

Obrigada R.J. Palacio por nos contemplar com essa tocante e enriquecedora obra. Já virei fã!