S.O.S é démodé queridos, a sigla para socorro e cuidado em alta é o S.E.S. Nada a mais, nada a menos que o torturante "se" no plural. Uma inovação linguística, mas tão massante sentimental. Constatei há poucas horas que é mais fácil a pessoa abalar - se psicologicamente que fisicamente. Eu tenho uma explicação. Façam uma conta básica mentalmente de quantas vezes você se abateu durante a semana passada, depois repasse os motivos. Quantas por dor? Quantas por rancor?
A dúvida é algo com que temos que conviver e sobreviver e rolar e cair, se corroer e roer as unhas, pentear os cabelos e vê - los caindo por si, ou arrancá - los. Não saber o que poderá ser. O que seria. O que ser.
"O que sei eu do que serei. Eu que não sei quem sou. Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!"
Não sei qual é o comportamento, em vocês, do qual mais se orgulham. No meu caso, é a falta de arrependimentos. Sim. Vivo sem culpa, sem amarras. E garanto que desde o dia em que tomei a decisão de não me flagelar por águas passadas, e parar de elaborar projetos para a transposição do Rio São Francisco do Leite Derramado, para a secura do meu coração, sinto paz. A paz de não virar de um lado a outro na cama pela insônia de arrependimento. A paz de não olhar para o passado com olhos de ressaca. A paz de não passar pelo presente atrás de sombras, e a paz de esperar do futuro ainda mais paz.
O problema é que ainda sim, tem "se", não o "se eu tivesse feito diferente ..." Mas, o "e se não der certo..." A coisa é mais futurista, é mais "além do horizonte". E desestrutura meu psicológico, e me lanço no mar da incertezas e fico por lá mesmo. Por quanto tempo? Até quando? Não sei, não sei. Estou em S.E.S, ou será S.O.S? Enfim, alerta, calamidade! Ergam - se as boias, busquem - me Civis e Militares. Perdi - me. "E os que invocam espíritos, invocam espíritos, invoco a mim mesmo e não encontro nada."