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24 junho 2014

Seria isso decepção?!






... É uma decepção, mais uma.


Existem pessoas que mantemos por perto sem um motivo definido, tampouco sentido. Vivemos rodeados de gente, somos vistos, não enxergados, somos ouvidos, não escutados, somos amores, não amados. Renato Russo já perguntava "Como diz "eu te amo". E eu respondo: ora, abra a boca e profira as palavras. Falar por falar, fale com o coração vazio. Porque eu acredito que amor deve ser mais sentido, demonstrado e menos anunciado. Não, esse não é texto sobre amor, ainda que se refira, nem de relacionamentos por vias e linhas. É sobre amizade, que não deixa de ser relação.
Convivo num circulo de amigos bem complexo no qual a sensibilidade reina, as declarações de amor fraterno transbordam, a compreensão é tudo, menos mútua e a cegueira sobre as necessidade dos outros se mostra fiel e digna. Se é que ha fidelidade e dignidade em atropelar o amigo, irmão, camarada. 
Sou do tipo de pessoa que pedi desculpa estando certa, que pode estar passando pela mais melancólica das fases, mas faz os outros riem, pois o sorriso do outro é mais válido do que o dela, que está sempre disponível para dar conselho, para fazer piada, para ajudar com o cálculo de matemática e as longas atividades de geografia às 00:45 da manhã, que ainda consegue colocar os casos alheios acima dos seus e contente por fazer isso, que não vê maldade nos olhos de ninguém e quer segurar "o mundo" pela mão, acarinhá-lo nos braços, tomar todas suas dores e lhe mostrar só o que ha de bonito, os sofrimentos vai ensinando aos poucos, mostrando com cuidado, afinal eles, que são compactuados como "o mundo" merecem todo o cuidado pois são especiais, são meus amados. E eu faço tudo isso, sempre fiz e farei até que minha cara esteja calejada demais para aguentar mais um baque, ou até que minha quota de "ser idiota" se esgote, pelo simples fato de que eu amo meus amigos. Em contrapartida, eles, "o mundo" se permitem a capacidade de serem endeusados mesmo estando errados, de me reprimir para se sentirem bem consigo mesmos, pedirem conselhos, nas horas mais impróprias e copiar minhas respostas sem pudor, explorar minha inocência para abusar e ainda caçoam dos meus braços, do meu colo, do meu cuidado. Afinal, o que menos precisam é de mim. Ah, mas eles me amam!  

E que Deus me defenda se alguém desconfiar que esse texto tem endereço.


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