Crônicas Carnavalescas
~ Hey foliões ~
Ou nas já altas, observadas entornar equivalente a uma grade, por ai, atiradas e irreverentes nem precisam de uma abordagem muito elaborada. É certeiro. Ou nas retraídas, não tão bonitas, mas que valem a pena chegar. O clima de alegria, a euforia em ter sido elogiada, por um dia, pela fantasia, enrubesce as bochechas pelo resto do ano na beleza anônima e pouco cantada, a gratidão se converte em beijos, caricias e abraços. É o gabarito.
Assim, com as estratégias traçadas, saíram atrás do trio num bloco pequeno do interior, famoso pelas bebedeiras e por conseguinte, ressacas morais das mais constrangedoras e marcantes. "Ah, é Carnaval!", "Quem não deve não teme", argumentavam os assíduos foliões, mas cidade pequena é fogo! Quem bem souber não se fia em máscaras do armarinho da Dona Cleide, todos te conhecem. Só os iguais não julgaram, os que aprontaram tanto quanto. No mais, risinhos e fofocas.
Júlio queria inaugurar o pau de selfie, pois sim, ainda. Mari, de odalisca, apenas lantejoulas e plumas, jurava que encontraria um par. "No Carnaval, Mari!?". Insistia que sim. Fábio foi na intenção de bagunçar mesmo, queria ver rebuliço, seria o divisor de águas e de faces. Já Carlos, o líder da trupi, prometeu ser o evento inesquecível, montou o plano da conquista, reservou lugares no trio e guiou os camaradas pelas ruas estreitas de paralelepípedo.
Bem, o Júlio foi roubado, naturalmente, mas foi cúmplice, deu o pau de selfie ao ladrão que saiu correndo ladeira abaixo. Mari beijou alguns, só que não escutou os anjos tocando arpas nem os sinos da igreja com nenhum. Não foi dessa vez. Fabio, perdeu um dente e extraiu os de outros, aquele feito lhe dera tanto prazer! Engraçado que nunca cogitou ser dentista e Carlos, ao fim do trajeto estava sem camisa, sem serpentina e sem tênis, porém com um largo sorriso no rosto. Todos muito felizes.
Afinal, ainda que não tenha sido exatamente como planejaram, É Carnaval!
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